Ele a queria… Ela precisava dele.
Após vários minutos, Lia se afastou, enxugando seus olhos com o dorso das mãos.
— Eu o agradarei todas as noites. Passarei meu tempo a seu serviço, de boa vontade. Pagarei os gastos que o senhor assumir por minha causa, caso consiga resgatar meu irmão e nossa ama da casa de minha tia. Farei o que me pedir — qualquer coisa — por eles. Por favor? Irá me ajudar?
— Pensarei sobre isso — respondeu ele, enquanto mentalmente perguntava-se com que velocidade ele poderia chamar de volta sua tripulação e partir para a Itália.
Grandes olhos verdes, avermelhados e brilhantes pelas lágrimas, levantaram-se para olhá-lo e algo apertou seu peito. Mechas de cabelo negro haviam se soltado de seu penteado e esvoaçavam em seu rosto, pela suave brisa do jardim. Ele as afastou com seus dedos, sua palma tocando sua face molhada. Ela apoiou o rosto em sua mão, fechando os olhos.
— Não tenho muito tempo — sussurrou ela. Afastando-se, ela caiu de joelhos diante dele, suas mãos esfregando as pernas nervosamente, enquanto o olhava. — O que posso dizer, o que posso fazer para persuadi-lo a me ajudar? Daria minha própria vida para poupar a dele. — Com as mãos postas em atitude de oração, implorou a ele, enquanto uma nova torrente de lágrimas começou a descer livremente por seu rosto. — Ele é apenas um bebê. Meus pais o amam tanto.
— Eu não me recusei, Lia, disse que pensaria a respeito, o que significa que meus planos devem ser alterados e os preparativos, feitos. — Ele secou as lágrimas do rosto dela e pousou a mão em sua face. — E tenho certeza de que seus pais a amam tanto quanto a seu irmão.
— Eles me amam — sussurrou ela.
Lia tomou-lhe a mão e trouxe a palma até os lábios. Esse simples gesto lançou um verdadeiro inferno em chamas pelo corpo de Ren. A ponta de sua língua traçou uma linha entre os dedos dele, fazendo com que seus calções se tornassem desconfortavelmente apertados. Ele gemeu quando ela tomou seu dedo médio entre os lábios e o sugou suavemente, a ponta de sua língua deslizando para cima e para baixo, fazendo com que seu membro enrijecesse.
Retirando sua mão, olhou fixamente nos olhos dela. Bem nesse momento, ele decidiu. Era a solução para os problemas de ambos.
— Já sei como. — Seu olhar desceu até seu úmido e carnudo lábio inferior, desejando saber como seria senti-lo em seus próprios lábios.
— Qualquer coisa, Sua Graça — sussurrou ela. Segurando novamente a mão dele, beijou-lhe a palma mais uma vez, e depois o pulso e a parte interna de seu antebraço nu.
— Primeiramente, você deve ouvir qual é meu dilema e compreender minha solução proposta.
— Tudo que estiver ao meu alcance é seu.
Ele levantou a mão dela, fazendo-a ficar de pé diante dele. Olhou fixamente dentro de seus olhos de um verde intenso e sentiu um tremor percorrer de seu braço até o peito.
— Preciso de um herdeiro. Um filho legítimo. O mais rápido possível.
Com os olhos arregalados, ela o encarou, obviamente chocada por suas palavras.
— Para tanto, o senhor precisaria de uma esposa.
— Para salvar seu irmão e sua ama, você precisa de mim e de meus navios.
— Sua Graça, certamente um homem atraente com o senhor, possuindo dinheiro, pode encontrar uma dama para casar em seu próprio país.
— Não quero ninguém de meu próprio país. — Ele segurou o queixo dela em suas mãos enquanto olhava fixamente para seu rosto. — Quero você.